sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Pra alguém, ou pra ninguém.




(Figura que sugere uma pesquisa por Wilson Bentley e os flocos de neve)


Suicidar a gente já faz todo dia, sem precisar silenciar. Não existe maior desejo de viver do que trocar um último suspiro involuntário por uma memória gasta que depois de ser sua por um infinitésimo de segundo não é mais de ninguém. Acredita-se nisso unicamente por fatores que experimentamos no viver. Além disso, essas coisas não valem nada. Tudo isso para resplandecer em um eco de uma fala silenciosa que não chega até onde você quer ir. Morrer, antes de tudo é renascer para os outros. Em uma nova moldura de ouro 24 quilates sem precisar de dinheiro pra comprar. Sem renascer para si mesmo. Não vale a pena gozar de todo o brilho que te envolve se não for pra desfrutar todos os sabores. Experimentar é uma coisa que se faz com funções estritamente fisiológicas. Logo você que aprecia tanto o "sentir"? Categoricamente, a morte nada mais é que um texto escrito em um fundo de mesma cor. Suicidar é rabiscar um texto já escrito. Ainda se vê marcas da escrita no papel. É pura falta de capricho. É desprezar a estética. Covardia é querer fugir da vida porque se tem receio de fugir na vida.
Quando soube de tudo, quis te matar dentro de mim G...