quarta-feira, 11 de junho de 2008

morte
Se algum dia eu estivesse por pouco de morrer e fosse do tipo de morte "anunciada" eu gostaria de tomar conhecimento. Como nos filmes hollywoodianos eu aproveitaria a vida. Iria abraçar todos todo o dia, deixaria meus cachorros e minha gata me lamberem a cara e falaria mais palavrão. Sem dúvida falaria mais palavrão. Me expressaria da forma mais autêntica e faria questão de esquecer todos os traumas e normas. Eu filmaria as escadas e o céu. E mesmo que a timidez falasse mais alto eu atropelaria qualquer consequência e qualquer margem do futuro.
E é engraçado que mesmo em estado de consciência e mesmo tendo minha morte a hora de chegar eu sou o contrário e faço o contrário de tudo o que faria se soubesse o tempo... Apenas o tempo... O tempo que falta.
Não me escondam se algum dia souberem meu tempo de vida. Meu tempo de morte os anos já contam.


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releitura:

dois sois sós
(distantes)
juntos: um par
(perto)
por que não?


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Inadimplentes

Pai, eu te peço,
só hoje.
Não faça isso.
Separa o que é seu,
mas espera o que é nosso.
O tempo passou,
o homem mudou.
Mas você não cresce.
Pirraça de pai.
Funil de família,
escuta minha mãe,
minha irmã,
fala comigo.


Pai, não pira!
Vai dar tudo errado.
Mas, se você pensar,
vai dar tudo certo.
Basta você abrir os olhos.
E pensar em nós.

Pai, me escuta!


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re-releitura:

dois juntos sois sós
separados dois.
por que não?


Elisa