quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Faz sentido AGORA


O melhor modo de apagar uma história é não contar a ninguém.
Até que um dia ela se apague ou se transforme em uma dúvida até mesmo pra quem a viveu. Deixando a curiosidade de ter realmente vivido ou de ter sonhado (ou ter tido um pesadelo). Eleger as glórias a serem contadas(e, quem sabe, aumentadas) e destruir os fracassos, frustrações e desilusões a serem esquecidos. Se não se lembra do tudo na vida porque não escolher o que vai se lembrar? A vida vai se tornando uma ferida aberta que se não se mexe: cicatriza, mas que se cutucamos pode até mesmo provocar uma hemorragia. Um sistema de relações humanas duras, de duras penas. Saber do que se fala é um privilégio para poucos. Saber calar é uma tortura necessária pra quem sabe falar. Não é a fala que distingue os homens em coragem, nem o silêncio é o que os diferencia em covardia. Esconde-se o terror porque falar do terror é tornar a vivê-lo. Se as lições podem ser tiradas de sentimentos fúnebres por que não pode se reforçar sentimentos bons relembrando-se deles? A eterna necessidade do sentimento de culpa pra se solidarizar. E no que adianta? Nada. Ainda sim há guerra, há loucura, há o pessimismo. E também, uma identificação e vangloriarão do que é "mau" e do que morre ou mata (que seja pelo bem).
Não como um sentimento universal, mas como um sentimento único. Um silêncio que fala por si só. Que procura não apenas a paz mundial, mas que faz sua parte pelo caráter intimista.
"Hoje você teve pesadelos?" - foi a pergunta feita.
O silêncio foi a resposta.

Elisa