sábado, 24 de novembro de 2007

Utopia literária

Utopia Literária

Começo a escrever isto(seja lá o que for) com um enorme pesar. Mais uma árvore acaba de morrer. Quantas mais serão necessárias para todas as folhas de papel que são usadas nesse momento? Quantas letras gasto nesta?

Até quando será que tenho uma cota delas? Talvez uma sala gigante com armários que vão de um canto ao outro. Tantos "as", "bês"... Um estoque que parece interminável, mas que um dia irá acabar. No canto uma lixeira. No meio uma torneira, por onde escorre ou escoa... Onde vai parar?


Acabo de matar um parágrafo! [Pára]grafo! Por que não pára de matar? um ponto marca um fim... Três o quê?! Sei lá... E lá se vão minhas letras pelo lixo. "-Voltem!", mas o caminho é irreverssível. Lá vai a tinta, que nem sei de onde vem, que atrocidade a matemática! Quanta reta falsa! Quanto ângulo sem triângulo! 360°? 180°? Qual será a razão?!


Calma! Silêncio! mais um neurônio acaba de morrer... Todas as letras de preto, em sinal de luto, lá vai o caixão, com algumas pautas que ajudam a carregar. Toda essa mágoa, toda essa angústia...


Perco uma letra, mato um parágrafo, fico sem neurônio, tenho o coração na mão. E, sinceramente, seja lá o que for.



Elisa

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